1 de agosto de 2019

sim.pli.ci.da.de é o queremos para hoje


      Não sei se você é assim como eu, que quer tudo para hoje, e se der que seja para ontem, que venha agora, pois esperar é verbo que não cabe na rotina. Não sei se você reparou, mas temos andado com pressa, buscando muito, querendo de tudo. A vida parece ter se transformado em um compilado de notificações, informações por todos os lados, fotos, expectativas e cobranças, e a saúde tem ficado cada vez mais de lado, em todos os sentidos.


      Temos falado muito sobre autocuidado, sobre tirar um tempo com nós mesmos, talvez assistir a uma série, comer aquele brigadeiro sem culpa ou passar o dia mergulhado entre os travesseiros e cobertores, afinal, todos nós precisamos de um dia sem fazer nada. Mas conversando com os meus botões, percebi que autocuidado precisa ir além disso, e eu tenho falhado seriamente em cuidar de mim. Tenho me forçado cada vez mais a estar onde não me cabe, onde não tenho espaço suficiente para crescer, para fluir as energias, tenho me colocado em situações que sugam as minhas forças e colocam o meu emocional no fundo do poço, e nada tem valido o esforço, os resultados são sempre mínimos.

     Andei me questionando se não seria hora de abrir mão da universidade, de mais algumas amizades, de alguns entulhos emocionais e tralhas que ocupam as gavetas do meu guarda-roupa. Tirar um ano para olhar no espelho e tentar reencontrar o brilho, a vida e o carinho pelo que faço. Acontece que segundos depois eu me pergunto se essa inquietação e vontade de pausar o meu percurso no meio acadêmico e na vida em geral não é apenas uma fase ruim (?), até porque se repararmos, toda a nossa caminhada é e sempre será repleta de altos e baixos, talvez muito mais baixos do que altos, mas mesmo assim, a gente sempre consegue superar. Então talvez eu supere esse momento também.

        Deve existir uma forma de enfrentar o caos sem perder a cabeça, e é isso que tenho buscado, a simplicidade no meio do vendaval chamado rotina. O problema está em querer resolver tudo ao mesmo tempo, melhor dizendo, querer "chutar o pau da barraca" e ir embora, porque as mudanças requerem tempo, esforço, dedicação, e nós quase nunca estamos dispostos a enfrentar os períodos de crise, queremos o mais fácil, o confortável, o que não nos tira do eixo e a vida não quer aceitar o nosso "sem tempo irmão". Esquecemos que a vida é um processo e não há exatamente um ponto de chegada, uma linha reta em que tudo vai dar certo e não teremos mais com o que nos preocupar.

        Hoje, lendo um post sobre autoestima no blog Like Gabs eu percebi que não ando sozinha nessa caminhada e que existirão muitos dias em que eu vou sorrir para o espelho, para a vida, para o  meu próximo e outros dias em que eu vou estar em posição fetal querendo desistir de tudo, mas que em um outro dia, as águas desse mar nervoso chamado vida estarão tranquilas novamente e mais uma vez eu vou superar os obstáculos. O que vale é parar para descansar os ombros, olhar para o céu, respirar fundo e não desistir, afinal, tudo o que precisamos, tudo o que nos é fundamental, já está em nossas mãos. Que nesse mês de agosto, nós possamos nos tornar mais simples, mais livres dos excessos, quaisquer que sejam eles e possamos passar a viver de verdade.        

2 comentários:

  1. Oi Victoria! Acabei de chegar aqui, gostei do que estou vendo e já estou seguindo. Sabe quando você olha alguém de cara e acha que vai gostar? Senti isso entrando no seu blog ♥

    Sobre simplicidade, e cuidado... Estava em uma situação muito parecida com a sua, ano passado, no final do meu curso na faculdade. Tudo muito corrido, sem tempo, cansada... enfim, eu queria sair correndo, trancar o maldito do curso e fugir pra bem longe, porque não aguentava mais. Mas é como você disse, vai ter sempre altos e baixos, e fugir pra longe toda vez que aparecer algum problema não vai resolver muita coisa (no fim os nossos problemas vão continuar, esperando). Mas isso também não significa que a gente não possa desacelerar, ir um dia de cada vez, se cobrar menos, tirar uma folga, um descanso, cuidar mais de si... E o cuidado de si envolve isso também, não só o corpo e a aparência, mas a saúde, o descanso, a folga... Acho que compreender que vão sempre existir altos e baixos é um grande passo, confesso que tem dias que me sinto muito frustrada por não estar me sentindo bem, no meu "melhor", mas também faz parte compreender essas frustrações. Espero que consiga tudo isso em agosto, e que a gente possa sempre nos cobrar menos e nos cuidar mais ♥

    Beijinhos!
    Serenar

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  2. Você escreve muito bem amei demais parabéns

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